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sábado, 22 de novembro de 2008

Já se passa algum tempo em que não há tempo que passo com meu amigo violão.
Meio que sem graça ele fica esperando para ser usado e tocado com qualquer promiscuidade de dono guardador e sendo assim, por estes tempos monótonos ele se retira à insignificância num canto todo seu...



As coisa são assim, sem querer ou sem se importar ou pessoalmente sem entender deixamos num canto nossos pedaços de vida que sempre nos chamam mas que nem sempre podemos ouvir e responder.
E como se lêsse meus pensamentos sempre respondia às minhas perguntas descomportadas e insanas com seus pequenos acordes de trovador.
Sinto falta de tirar algumas notas imperfeitas de suas cordas já bem usadas pela minha incoveniência.
Sempre quando nos juntavamos conseguiamos fazer da sonoridade nossa linguagem harmoniosa que também por vezes confusa e certa para ambos, ao mesmo tempo, bem certo no tempo.
E assim passavamos horas nesse conjulgado de melancolia mútua.
E assim também era bom de estar.
Porém estes dias percebo que ele está triste e largado por causa do meu ignorar despercebido.
Suas cordas parecem chorar tons e ruídos intrusos de sua maciez e leveza. A poiera e a escuridão característica deixa sua imagem ainda mais soturna.
Esperançoso estou por algumas próximas aventuras e confissões que farei a ele sobre as coisas do viver e do coração. Traduziremos toda essa coisa e tal em ritimos simétricos de cordas e ar.
Agora só convém ao tempo permitir a brevidade do acaso e neutralizar a corrosividade da ânsia desse desencontro que por nosso querer é todo casual.
E assim tá bom.