Natural

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Não me canso de perceber quão desigual é este país no qual tanto esforçamos para acreditar pelo menos um pouco.

Acreditar em que mesmo que não haja saídas de dentro deste precipício, que haja pelo menos fé. Mesmo a fé ta ficando descrente com essa sociedade.

Tanta gente batalhadora que tem suas humildes esperanças diminuídas a cada novo dia que começa , dias às vezes nem sempre bem vindos.


Pessoas que precisam depender de ajudas alheias para usufruir do mais básico para viver sobrevivendo pela caridade mascarada e descarada de governos corruptos, instituições falidas, ONGs capitalistas, empresas mal intencionadas e até religiões demagogas lideradas por charlatões sem vergonha,todos movidos pelo egoísmo e hipocrisia indiscriminada.


Sem muitas alternativas mundanas essa gente se apega à fé e esperança em Deus, deuses, alienígenas, bichos da selva e em qualquer crença no abstrato ou no que for mais confiável no momento, claro que desde não seja deste mundo ou tenha sede instalada em Brasília.


O orgulho de ser pessoa de bem já não é mais suficiente se autodenominar dignos de olhar de cabeça erguida para seus próximos e que de certa forma nem mesmo conseguem entender aonde está o erro, culpam o destino. Mas sabemos onde está o erro, creio que em nos mesmos que aprendemos a ficarmos calados, aprendemos a fechar os olhos e dizer sim para o que não entendemos.


Gostaria de poder garantir aos filhos um mundo mais socialmente justo para se viver pelo menos razoavelmente bem, mas que não parece existir neste futuro próximo, e acho que nem mesmo posso confiar num futuro remoto. Tantos atos estarrecedores nos tornam descrentes com esperanças globalizadas.


Ah, quiseste Deus que um dia eu soubesse como é viver assim, talvez eu poderia melhor expressar essa revolta simbólica por alguns que realmente vivem cada minuto dependendo destes poderosos, ou melhor, “poderosos”.


Melhor finalizar para não parecer demagogo também.